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PREMISSAS DO PLANO

   Romper barreiras físicas e visuais

   Perante a consolidação de um território fragmentado devido às suas condições naturias e a forma como sua ocupação foi desenvolvida, o plano busca romper, por um lado, as barreiras visuais, enaltecendo o potencial paisagístico do território, raramente explorado atualmente. Por outro lado, busca-se romper as barreiras físicas, considerando o próprio território como um obstáculo, já que apresenta diversos cursos d'água e topografia acidentada, e grandes elementos implantados com o intuito de conexão na escala regional, que, entretanto, prejudicaram as conexões locais, como as grandes rodovias.

   Valorização cultural

   Em consequência da ocupação do território ter tido início com os povos indígenas e, devido a sua presença na região até atualmente, uma das premissas se baseia na valorização da cultura do povo nativo, de forma em que suas tradições e modo-de-vida sejam valorizados e divulgados a fim de romper qualquer pré conceito a respeito a cultura desses povos. Além da cultura indígena, busca-se valorizar, respeitar e apoias as demais culturas presentes na região, como, por exemplo, os quilombolas, cuja presença e resistência teve importância na construção e desenvolvimento do país, tanto no setor da economia, urbanização, religião, gastronomia e cultura.

   Reestruturação habitacional e espacial

   O processo de ocupação de um território fragmentado sem apoio e legislações urbanas mais justas geraram um espaço desordenado e desqualificado, o que intensificou o surgimento de favelas e ocupações irregulares, as quais, muitas vezes, se localizam em áreas de risco. O plano busca criar espacialidades mais coerentes, que solucionam o problema de déficit habitacional atual e fornecem espaços mais democráticos e que incentivam a vida urbana.

   Conexão e preservação de áreas ambientais

   A diretiz ambiental consiste na conexão das áreas verdes, incorporando as reservas ambientais, parques e áreas livres, de forma a romper as barreiras criadas pela intervenção antrópica, de forma a compor um "anel verde" que preserve o meio ambiente natural e traga equilíbrio ao ecossistema, uma vez que conecta e permite a fluidez da fauna e flora pelo território.

PLANO URBANO JARAGUÁ

    Para um diagnóstico mais coerente, elegem-se três sistemas que estruturam o território, sendo Meio Ambiente, Mobilidade e Ocupação. Estes consistem, respectivamente, na análise dos sistemas livres, naturais e reservas, o sistema viário existente e a forma como o território é ocupado. A partir dessa análise, setoriza-se o recorte, de forma a tratar em uma escala mais próxima os diferentes conflitos e discussões as quais cada trecho apresenta. Desta forma, é possível compreender as complexidades dos espaços e elaborar propostas que abrangem tanto os maiores sistemas que vinculam o território à escala regional quanto os elementos que vão sistematizar e apresentar o território como unidade. Ou seja, o Plano Urbano apresenta propostas que discutem as relações urbanas locais de cada trecho do distrito, com suas fragilidades e potencialidades, integradas a região a qual está diretamente conectada.

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    No Jaraguá, a síntese de todos eixos gera um mapa que explicita as ocupações de forma precária que sobrepõe áreas ambientais, tornando-as de risco, além de analisar criteriosamente as interrupções mais bruscas ao meio ambiente pela ação humana. Em relação a conectividade do território como um todo, é possível observar eixos descontínuos, por um lado, e a concetração de grande forças, por outro, em locais sem infraestrutura básica da cidade.


    Ainda, de forma geral, encontram-se potencialidades que induzem ações do plano para melhor qualificação e valorização das mesmas perante a população e os próprios espaços, ou seja, a identificação das vocações diferentes de cada zona junto aos entroncamentos mais signifcativos de fluxos, usos, eixos e grandes elementos marca as novas centralidades do distrito Jaraguá. Desta forma, com o total entendimento do território, é possível estabelecer um recorte específico de intervenção do Plano, de tal maneira que revele amostras de toda diversidade presente no distrito, assim como, o próprio Jaraguá demonstra amostras territoriais metropolitanas.

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SETORIZAÇÃO

    A partir de uma metodologia de aproximação da área de estudo com o objetivo de entender as principais problemáticas e potencialidades do território, o Jaraguá pode ser definido como uma amostra metropolitana e, o recorte estabelecido como intervenção, por sua vez, pode ser considerado uma amostra do Jaraguá, uma vez que ambos apresentam questões semelhantes em relação às pressões urbanas sobre a paisagem natural, conexão e fragmentação do território. Dessa forma, o recorte foi dividido em sete setores, conforme as principais particularidades apresentadas e, com isso, possibilita-se a compreensão do território como um todo, podendo, a partir disso, eleger os oito projetos estruturadores, os quais são capazes de atender as deficiências do território e viabilizar o plano urbano.

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Contexto geral, sem destaque da setorização.

Proposta geral, sem destaque da setorização.

   As propostas de todos os setores é essencial e complementar para o funcionamento de cada eixo estruturador do Plano. O sistema de mobilidade do distrito torna-se mais eficaz com a minimização da fragmentação do território a partir da implementação de novas estruturas viárias que completam o sistema existente e articulam todos os trechos.

   Nos pontos estratégicos, ou seja, nos cruzamento entre grandes fluxos e associação a grandes equipamentos, criam-se duas novas centralidades ao distrito com a implantação das novas estações intermodais. Estas colaboram para a formação de uma identidade do distrito, e para o reconhecimento do território como unidade.

    As propostas de reestruturação espacial incluem, principalmente, a provião de habitações com qualidade e a associação destas com todos os sistemas existentes na cidade. Além disso, elabora uma reorganização dos diferentes usos de forma mais coerente conforme a vocação de cada setor, garantindo espaços qualificados que contribues para urbanidade do território.

Imagem: TEKOA ITAKUPÉ | Thiago carvalho wera'i

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